Atividade faz parte de uma disciplina do curso de Engenharia Mecânica. A partir do exercício, alunos irão elaborar sugestões de melhorias e entregar ao Instituto.
Um professor de engenharia desenvolveu um método para testar o conhecimento dos estudantes de uma forma diferente. Alunos do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Maracanaú, construíram cadeiras de rodas utilizando canos de PVC como trabalho final de uma disciplina e ainda testaram a acessibilidade da instituição.
Este é o terceiro semestre em que o professor Rodrigo Freitas, 40, do curso de Engenharia Mecânica, promove atividades alternativas em suas aulas. Em anos anteriores, os desafios foram construir bicicletas e pontes de palitos de picolé. “Nesse semestre eu estava andando de carro e percebi que tinha uma pessoa com uma cadeira de rodas de baixa qualidade. Então eu pensei em propor para os alunos esse desafio: fabricar cadeiras de rodas com material alternativo”.
Rodrigo explica que, primeiramente, a turma calculou o peso que as estruturas eram capazes de suportar. Só depois disso, os alunos começaram a construir as cadeiras de rodas de fato, utilizando nylon e canos de PVC. Em seguida, foram avaliados os custos, o peso das cadeiras, a criatividade e o desempenho na competição para testar as produções.
A estudante Josyane Sampaio, 26, faz parte da turma que realizou a atividade e conta que a experiência foi desafiadora. “No começo, nós ficamos apreensivos em relação à complexidade. Depois de começar a entender sobre o assunto e ver o quanto é importante não só para o projeto, a gente começou a construir as cadeiras na disciplina”, lembra.
Após concluírem a produção das cadeiras, os alunos avaliaram a acessibilidade na própria instituição, identificando obstáculos que alunos cadeirantes podem enfrentar. O exercício deve ajudar na elaboração de um relatório com sugestões de melhorias para ser entregue ao IFCE. “É interessante tanto para o nosso aprendizado quanto para o lado humano”, ressalta Josyane.
Rodrigo Freitas destaca que também é intuito da disciplina refletir sobre as dificuldades sofridas por pessoas com deficiências na sociedade. ”A engenharia pensa muito em maximizar o lucro, mas por que não desenvolver um problema da sociedade?”, questiona.
Fonte: G1 Ceará