Nervoso, você resolve comer e beber alguma coisa para se acalmar e decidir o que fazer. Abre a geladeira e vê que todas as suas bebidas se espalharam no fundo dela, sem as garrafas PET (polietileno tereftalato) que as continham. Todas as outras embalagens alimentícias feitas de filmes de polietileno também sumiram, transformando sua comida em uma gosma na qual é impossível distinguir o que era o quê.
Você se senta no chão da sala, já que seu sofá estofado de espuma de poliuretano virou uma armação de madeira, e olha para as paredes que expõe a massa fina de cimento, não mais cobertas pela fina camada de PVA (acetato polivinila) da tinta. Olha para o chão e vê a madeira rústica do assoalho, que não brilha mais sem a resina de poliuretano que o revestia.
Você resolve, então, voltar para a cama. Felizmente a armação é de madeira e o colchão de molas é revestido de algodão. Estirado sobre este leito rústico, você volta a dormir. Ao acordar, vê que seu carpete, tênis, roupas, eletrodomésticos e demais transformados plásticos estão todos lá. A conclusão que você extrai não pode ser outra: um mundo sem plásticos hoje seria um pesadelo.
Por Carlos Roberto de Lana é professor e engenheiro químico.
Fonte: UOL – Química