Na cadeia dos plásticos, um dos focos permanentes é encontrar novas aplicações para as resinas. E no caso do PVC, uma possibilidade que se abriu foi o emprego na construção de residências. Exemplo desse aproveitamento é dado pela parceria da petroquímica Braskem e as empresas gaúchas Bazze e Engear Engenharia e Construções.
As companhias (a Engear é a construtora, a Bazze, a fornecedora dos moldes em PVC, e a Braskem, a fabricante da resina) estão usando o material para erguer casas dentro do programa Minha Casa Minha Vida no município de Sapiranga. No total, serão feitas 101 unidades, cada uma com 43 metros quadrados de área. Na ação, são utilizadas formas de PVC, preenchidas com concreto para dar consistência. O procedimento não precisa de muitos trabalhadores, as paredes podem ser instaladas em apenas um dia, por cinco pessoas, e uma casa completa pode ser entregue em aproximadamente uma semana (uma similar de alvenaria levaria mais de um mês).
O diretor comercial da Bazze PVC, Fabio Luiz de Souza, ressalta que, além da rapidez de implantação, a habitação terminada não precisa de muita manutenção ou pintura (as paredes ficam com a cor branca do PVC), o que poupa o dinheiro dos moradores. A obra é simplificada e com pouco desperdício, funcionando em um processo de encaixe, como um “lego”, ou semelhante ao de uma montadora de automóveis. As partes são unidas no próprio loteamento e somente em PVC cada residência consome cerca de 1,1 tonelada do produto.
A Caixa está pagando, com toda estrutura (acesso à residência, saneamento etc.) e a casa incluídas, R$ 64 mil por unidade. O diretor da Engear, Delcio Luiz Chiamenti, aguarda nova demanda em Sapiranga para mais 170 casas. Confirmado o pedido, a meta é vencer a concorrência e utilizar a solução. O dirigente ainda vê oportunidades em creches, escolas e hospitais.
O presidente do Instituto do PVC, Miguel Bahiense, argumenta que o mercado do plástico está sendo reinventado. Ele afirma que uso para habitações é um mercado consolidado em alguns países.
O responsável pela engenharia de aplicação e desenvolvimento de mercado em PVC da Braskem, Antônio Rodolfo Júnior, classifica o potencial da resina na construção como “gigantesco”. Ele recorda que, segundo dados da Caixa, há um déficit nesse segmento na ordem de 6 milhões de unidades. “O sistema que utiliza concreto e PVC é adequado para atender a essa demanda.”
Fonte: Jornal do Comércio