Material e tipo de abertura interferem no desempenho térmico e na capacidade de vedação das janelas.
A escolha de uma esquadria vai muito além das questões estéticas. Uma janela adequada às necessidades do imóvel pode contribuir para o conforto térmico dos ambientes e ajudar a manter a casa aquecida no inverno – e mais fresca no verão.
Neste sentido, um dos primeiros pontos a ser analisado é a capacidade de vedação da esquadria, fundamental para garantir a qualidade térmica dos espaços, como explica o arquiteto Adriano Lucio Dorigo, professor da Universidade Positivo e profissional da Logi Arquitetura. “Uma das coisas que mais prejudica a qualidade térmica é a infiltração de ar. Não adianta ter ar-condicionado se houver perda ou troca de calor entre o ambiente interno e o externo”, acrescenta.
Troca planejada
Substituir as esquadrias da residência para otimizar o conforto térmico pode demandar um investimento alto, dependendo do tamanho do imóvel e do tipo de esquadria escolhido. Para quem pretende realizar a atualização em etapas, a dica dos especialistas é trocar, primeiro, as janelas dos ambientes de maior permanência, como quartos e salas de estar. A medida poderá fazer com que o imóvel não fique esteticamente adequado até que a substituição seja concluída, mas o benefício térmico pode fazer a espera valer a pena.
Como escolher
O conjunto formado pelo material de fabricação e o sistema de fechamento da janela é o principal aspecto a ser levado em consideração no momento da escolha da esquadria.
Uma janela maxim-ar (que abre perpendicularmente ao caixilho) veda o ambiente melhor do que uma de correr, que sempre terá um vão entre suas folhas, por exemplo.
Entre os materiais, o ferro é o que apresenta o menor desempenho, pois, por ser um condutor térmico, favorece a troca de calor entre os ambientes. Os vãos entre suas peças móveis também são maiores e facilitam a passagem do ar.
As esquadrias de alumínio apresentam melhor custo benefício em relação às de ferro. Mesmo sendo fabricadas com material que também transmite calor, elas contam com sistema de isolamento formado por borrachas ou cerdas entre suas folhas, o que otimiza sua vedação. “As janelas de madeira têm desempenho similar às de alumínio. Elas também permitem mais personalização, em contrapartida demandam manutenção constante”, explica a arquiteta Bianca Caron Decker, do escritório Decker e Bagatin Arquitetura e Interiores.
Isolamento
As esquadrias de PVC são as mais indicadas pelos especialistas, pois proporcionam o melhor isolamento térmico. Dorigo lembra que isso se deve à característica do material (polímero), que conduz menos calor, e ao sistema de vedação mais eficiente entre suas peças fixas e móveis, fazendo com que o conjunto de fechamento funcione melhor.
Assim como o desempenho térmico, o custo das esquadrias de PVC também costuma ser mais elevado, mas se paga ao longo dos anos em virtude da economia no consumo de energia necessário para manter os ambientes confortáveis com o uso do ar-condicionado, como lembra Miguel Bahiense, presidente do Instituto do PVC. Um estudo realizado pelo instituto aponta elas demandam duas vezes menos energia do que as de alumínio para manter um ambiente a uma temperatura média de 24°C com o auxílio do equipamento.
Projeto
A arquiteta Bianca destaca que a esquadria ajuda, mas que sozinha não resolve a questão do conforto térmico. Segundo ela, para se garantir o aquecimento dos ambientes é preciso pensar no conjunto de fatores da edificação, que vai do posicionamento e dimensionamento das esquadrias aos materiais utilizados na construção do imóvel, como o revestimento dos pisos, por exemplo.
Vidro duplo é proteção extra contra o frio
A atenção ao tipo de vidro utilizado na esquadria é outro fator que pode potencializar o seu desempenho térmico. Isso porque o material ajuda a reter o calor dentro do ambiente, além de poder oferecer uma camada extra de isolamento aos espaços.
O arquiteto Adriano Lucio Dorigo, professor da Universidade Positivo, explica que quanto mais espesso for o vidro, menor será seu potencial de perder calor por condução. Por isso, ele orienta que, ao adquirir uma esquadria, o consumidor se informe sobre a espessura do vidro instalado nela.
Os modelos mais usuais oferecidos pelo mercado são os de 4mm e 6mm. “Um vidro simples, de 6mm, tem desempenho de razoável para ruim. Acima disso, ele começa a ter ganhos no que se refere ao isolamento térmico”, acrescenta.
Para quem deseja potencializar ainda mais este isolamento, a dica é optar por vidros duplos na janela. Além de aumentar a espessura do vidro, o sistema cria uma camada de ar entre as duas lâminas, que atua como uma nova barreira, segurando melhor o calor dentro do ambiente.
Fonte: Gazeta do Povo