Definido como “cápsula de respiração não invasiva”, o equipamento, produzido em parte no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e concluído no Laboratório de Tecnologia da Madeira (LTM) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), está sendo instalado em hospitais de Santarém e Região para atender a pacientes acometidos de Covid-19.
A ideia inicial foi do fisioterapeuta Jonas Rocha, que atua no HRBA, o qual adaptou uma tecnologia desenvolvida por profissionais do estado do Amazonas. “Nós da Ufopa ajudamos a finalizar a estrutura de tubo de PVC que é feita lá no Hospital Regional; criamos uma entrada e saída de ar e o exaustor, que é capaz de renovar o ar dentro da cápsula”, explicou o Prof. Dr. Roberto Branco Filho (IEG), um dos integrantes da equipe da Ufopa à frente do projeto. Ele esclareceu ainda que este exaustor foi desenvolvido pelos técnicos da Ufopa a partir de um modelo de exaustor, instalado em banheiros, que é feito com reduções e conexões de PVC, “produtos que encontramos facilmente em lojas de material de construção da cidade”.
Desde que os primeiros equipamentos foram instalados no HRBA, a notícia se espalhou entre os profissionais de saúde, e a Prefeitura Municipal de Santarém procurou os técnicos da Ufopa para a fabricação de exemplares para o Hospital Municipal e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“O prefeito de Santarém soube dos bons resultados dos equipamentos e solicitou uma demonstração. Isso resultou em encomendas. Estamos produzindo para a Prefeitura três novas cápsulas”. Essas cápsulas foram entregues nesta terça-feira, 26 de maio.
Por intermédio da promotoria de Justiça de Prainha, a Prefeitura Municipal daquela cidade vai receber cinco cápsulas produzidas em parceria com a Ufopa e o HRBA para atender a pacientes com Covid-19 daquele município. A logística de entrega de cápsulas para a cidade de Prainha está sendo viabilizada pela prefeitura local, que vai mandar buscar os equipamentos em Santarém.
E a produção continua. “Mais 30 cápsulas serão produzidas para o HRBA”, informou Branco Filho. O material para fabricação é doado pelo próprio Hospital Regional e também por empresários e pela Prefeitura Municipal de Santarém. “O material está sendo usado há várias semanas, com excelentes resultados”.
Novas solicitações – As solicitações estão chegando de várias partes da região Oeste do Pará e até de outras cidades do estado. A Prefeitura de Belterra encomendou oito cápsulas, seguida de Alenquer, Rurópolis, Tucuruí e Breves, na ilha do Marajó. “Além de produzir novos equipamentos, estamos compartilhando informações técnicas com várias pessoas que estão nos procurando”, disse Branco Filho. No total, atualmente 44 cápsulas estão em fase de finalização no LTM.
O Hospital São Camilo é outra unidade que deve receber, em breve, cápsulas para atender a seus pacientes. “As cápsulas precisam de aparelho de bipap, um ventilador, para funcionar, e algumas cidades não possuem esse equipamento. Para evitar o problema de chegar o respirador e ficar sem funcionar, nós solicitamos a ajuda ao governo do estado para fazer um levantamento”, informou o professor.
Cartilha – Já está em fase final de produção uma cartilha para ser compartilhada com os interessados em produzir novas unidades de cápsulas de respiração não invasiva. “A professora Paula Renata (IEG) está à frente desta ação. A ideia é descomplicar o modo de fabricação com informações detalhadas”, disse Branco Filho.
“Embora todas as cápsulas estejam funcionando bem, a cada lote nós fazemos adaptações a partir do feedback dos usuários”, concluiu o professor.
Por: Lenne Santos – Comunicação Ufopa
Fotos: Roberto Branco Filho
Fonte: UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará)