O banner pode virar nécessaire, ecobag, jogo americano, cachepô para plantas, avental ou lixeira de carro. O fundo de palco pode se transformar em capa para notebook e ipad, bolsa, carteira, sacola e estojo. Da próxima vez que olhar para esses materiais de publicidade, vale a pena enxergar além deles. Isso é o que tem feito algumas empresas públicas e privadas, cooperativas de catadores de lixo e associações de artesãos no Brasil.
É difícil imaginar um evento de médio ou grande porte que não utilize a conhecida lona vinílica em seus materiais promocionais. Mas quando termina o evento, todo esse material normalmente vai parar no lixo. Milhares de toneladas de lonas usadas em eventos vão se acumulando, de ano em ano, nos lixões das grandes cidades.
A lona vinílica, principal item utilizado em banners, fundos de palco e outdoors, painéis, pórticos e outros materiais promocionais, vem ganhando uma nova cara nas mãos de costureiras e artesãos. Pelo fato de serem confeccionadas com uma mistura de substâncias replica watches diferentes, entre as quais PVC e fibra de nylon, essas lonas não podem ser facilmente recicladas, mas podem muito bem ser reutilizadas.
Segundo a Diretora de Ambiente Urbano da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA), Zilda Veloso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que os produtos possam ser reaproveitados, antes mesmo de serem reciclados. “Este processo diminui o impacto sobre a obtenção de novas matérias-primas, conferindo sustentabilidade aos produtos feitos com o que foi descartado”, destaca.
Tem quem queira
No Rio de Janeiro, a ONG Tem Quem Queira utiliza a lona como matéria prima para bolsas e acessórios. A loja online tem peças divididas por Linha Casa, Linha Estilo e Linha Corporativa e oferece mais de 40 opções de produtos. Algumas foram criadas inclusive pela estilista Isabela Capeto e a designer Ju Vidreiro.
As peças são produzidas por presidiários e moradores de comunidades pacificadas no Rio de Janeiro. Atualmente são três oficinas que empregam 40 pessoas e produzem aproximadamente 3 mil peças por mês reutilizando mais de 4.000 m² de lonas, reduzindo o impacto ambiental dos materiais que geralmente são descartados após o uso.
Mãos que Criam
Em Brasília, quem desenvolve um trabalho similar é a Associação Mãos que Criam, localizada na Estrutural, antiga invasão da cidade transformada em região administrativa. A Associação é composta por mulheres de baixa renda que buscam capacitação empresarial por meio do reaproveitamento de materiais recicláveis.
A Mãos que Criam existe desde 2003 e começou com 25 mulheres que faziam crochês e bordados. Mas, com o tempo, a produção, a oferta de produtos e o número de associados foram ampliados. Hoje são 225 associados, a maioria composta por mulheres, que trabalham em forma de revezamento, a cada produção, para que todos possam ser beneficiados.
Num galpão que ocupa o terreno de 1.000 metros da associação, hoje em dia já são dezenas de equipamentos: 35 máquinas de costura, duas mesas de serigrafia, uma bordadeira, duas prensas, entre outros.
Com o trabalho, os associados ganham uma renda extra que varia entre 500 a 800 reais por mês. Segundo Sônia Mendes, presidente da associação, essa renda extra traz um retorno real para a vida delas e de suas famílias. “Além disso, ajuda na autoestima delas, na participação delas na educação dos filhos e no próprio empoderamento dessas mulheres. Esse é um trabalho que a gente acredita e preza muito por ele”, afirma.
Integram a associação, mulheres de 20 a 90 anos. “No caso da nossa associada mais velha, ela contribui na etapa de virada das bolsas”, conta Sônia que se orgulha da produção das ecobags. “A lona é um bom material para costura, é maleável e serve muito bem para ser transformado em bolsas. Nosso trabalho é gratificante”, afirmou.
Segundo Valter Mendes, coordenador da associação, os principais objetivos do trabalho de produção de sacolas ecológicas com a lona é geração de renda e formação profissional da comunidade local, além de contribuir para a proteção do meio ambiente.
Serviço
Para doar lonas vinílicas, entrar em contato com a Associação Mãos que Criam: (61) 3465-5764
Para ler matéria na íntegra, clique aqui
FONTE: Ministério do Meio Ambiente (Adaptado)