O índice de reciclagem mecânica de PVC no Brasil chegou a 17,1% do total de resina pós-consumo em 2014, com avanço de 0,7 ponto percentual na comparação com o ano anterior. Em outros números, foram recicladas 22,9 mil toneladas das 134,2 mil toneladas de produtos de PVC descartados no país no ano passado, conforme pesquisa realizada anualmente pela consultoria MaxiQuim para o Instituto do PVC.
“Embora o PVC tenha uma aplicação de maior vida longa, percebemos uma movimentação de empresas e dos consumidores para ampliar a reciclagem”, diz o presidente do instituto, Miguel Bahiense. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e uma resolução do Conama que estabelece as diretrizes para o descarte de resíduos da construção civil também fomentam a reciclagem, segundo o especialista.
O PVC reciclado pode ser transformado em mangueiras, tapetes de automóveis, divisórias, entre outros produtos. No ano passado, segundo a pesquisa, a produção de PVC reciclado no país foi de 51 mil toneladas, relativamente estável em relação às 52,4 mil toneladas de 2013.
Conforme o levantamento, a produção de PVC reciclado no Brasil evoluiu com taxa média anual de 11% entre 2005 e 2012. Daquele ano em diante, houve estabilidade. Conforme Bahiense, esse desempenho reflete a evolução da própria indústria de PVC. A pesquisa mostra ainda que as 72 empresas recicladoras desse material no país faturaram R$ 141,8 milhões no ano passado, com crescimento de 4,6% ao ano desde 2005, quando a pesquisa teve sua primeira edição. Já a capacidade instalada da indústria de reciclagem de PVC chegou a 86 mil toneladas em 2014, diante de investimentos realizados na esteira da PNRS.
De 2005 até o ano passado, o volume de PVC pós-consumo gerado cresceu 3% ao ano em média, ao mesmo tempo em que o volume de produção de PVC reciclado mostrou expansão anual de 11% até 2012. Para o instituto, a comparação dos dados “é extremamente positiva e traz um consequente aumento do índice de reciclagem mecânica do PVC”. “Esses dados mostram que a quantidade de PVC não reciclado e destinado a aterros diminuiu. A redução na destinação de recicláveis em aterros é um dos objetivos da PNRS”, indica o levantamento.
A melhora do índice no ano passado também reduziu a distância entre o Brasil e países desenvolvidos no que se refere à reciclagem. Por aqui, o indicador referente ao PVC pós-consumo, de 17,1%, se compara a índices de reciclagem pós-consumo de todos os plásticos de 19,8% e 22% em países como França e Reino Unido.
Segundo a pesquisa, as recicladoras estão instaladas principalmente nas regiões Sudeste e Sul, onde também se concentra o maior volume descartado de produtos de PVC.
Por Stella Fontes
Fonte: Valor Econômico